quinta-feira, 6 de setembro de 2012


quando mirei com meu canto
só o que o coração sabia
passei a odiar tudo o que perdi
e errei ao calibrar meu colibri

assim no lugar do coração
um buraco negro descobri
diziam que era só um buraco
da bala que disparei em mim

mas por ele passei a sugar
toda a luz que eu não tinha
Ela me dizia que era a lua
em mais um eclipse qualquer

não sei ao certo o que era
você pode pensar o que quiser
no que o coração não via
ou no que meu ódio miopia

só sei que disparei meu canto
e um buraco assim eu abri
bem no lugar do coração quando
quis calibrar meu colibri

poema de Fernando Koproski
do livro Nunca seremos tão felizes como agora.

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